Folia de Reis: ESMOLA, EMOÇÃO E ALEGRIA
- Flávia Lima
- 5 de jan. de 2023
- 1 min de leitura
Atualizado: 6 de jan. de 2023

Cantando em turma, a primeira coisa que a companhia faz ao chegar numa casa é pedir um donativo, a chamada ‘esmola’, que quase todo mundo dá em forma de algum dinheiro ou alimentos. Um promete três frangos; outro oferece um porco. E tudo é recolhido no dia seguinte por um integrante da companhia.
Depois de anunciado o donativo, a família recebe a bandeira. O dono ou dona da casa passa de cômodo em cômodo com ela, abençoando cada canto do lar. Nesse momento se faz silêncio e é muito comum as pessoas se prostrarem de joelhos no chão, em oração. Depois, seguram a bandeira toda enfeitada de fitas coloridas e muitos a levam ao peito.
No dia 6 de janeiro, as prendas oferecidas são revertidas num verdadeiro banquete para toda a comunidade. Um momento de verdadeira fartura: frango caipira, tutu de feijão, leitões e bois assados, farofa, macarrão e bebidas à vontade.
Os doces são um deleite à parte. De mamão, cidra, de leite e de raiz de jaracatiá, especialidade local que deixa saudade a quem tem a sorte de provar. Na festa da Companhia dos Irmãos Santina, a produção dos doces fica por conta das mulheres. Maria, esposa do Zé, e as filhas Janaína e Rosilene começam a preparar as iguarias no dia 26 de dezembro, dedicando cada dia para um doce. Tudo feito em tachos de cobre, em fogões improvisados no chão. Depois, durante todo o dia 6, elas dispõem todos eles numa grande mesa para a população se servir à vontade.

Este texto é parte do livro 'As incríveis aventuras de Bolívar', de Flávia Lima
Fotos de Santo Antonio da Alegria (por Andrea Goldschmidt - www.festasbrasileiras.com.br)
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